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Artigo: GÊNEROS TEXTUAIS E OS DESVIOS NORMATIVOS DA LÍNGUA PORTUGUESA NA INTERNET


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES - CCHLA
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS VIRTUAL





IDELSON LUCENA DOS SANTOS




GÊNEROS TEXTUAIS E OS DESVIOS NORMATIVOS DA LÍNGUA PORTUGUESA NA INTERNET






















ITABAIANA

DEZEMBRO – 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES - CCHLA
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS VIRTUAL






IDELSON LUCENA DOS SANTOS





GÊNEROS TEXTUAIS E OS DESVIOS NORMATIVOS DA LÍNGUA PORTUGUESA NA INTERNET



Artigo apresentado ao Curso de Letras a Distancia, da Universidade Federal da Paraíba como requisito para obtenção do grau de Licenciado em Letras.
Orientador: Prof. Esp. Hercilio de Medeiros.




















ITABAIANA

 DEZEMBRO – 2011

IDELSON LUCENA DOS SANTOS




GÊNEROS TEXTUAIS E OS DESVIOS NORMATIVOS DA LÍNGUA PORTUGUESA NA INTERNET






Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Licenciatura em Letras, no Curso de Licenciatura Plena em Letras da Universidade Federal da Paraíba – UFPB.




Itabaiana, 09 de Dezembro de 2011.





BANCA EXAMINADORA


______________________________________________

Prof. Hercilio de Medeiros
Especialista / Orientador - (Universidade Federal da Paraíba)

______________________________________________

Alessandra Gomes Coutinho Ferreira
Professora / Mestra - (Universidade Federal da Paraíba)

______________________________________________

Rejane R. Peregrino
Professora / Mestra - (Universidade Federal da Paraíba)

AGRADECIMENTOS




A Deus em primeiro lugar, pois, só Ele para nos fornecer forças para continuar lutando.
A meus pais, pelo encorajamento que sempre me deram quando pensei em desistir do Curso de Letras.
A meu filho Nicolas, meu filho, por sempre colaborar comigo, não fazendo barulhos quando eu estava estudando, mesmo ele tendo apenas cinco anos.
A minha tia Maria da Conceição e minha avó Augusta Maria, por me ajudarem financeiramente no início do curso, quando eu estive desempregado.
A minha querida amiga de curso Patrícia, pelos bons momentos de estudos juntos, que foram de grande valia para nosso aprendizado.
A minha tutora presencial Lucia, que mesmo tendo seus afazeres particulares, sempre me recebeu muito bem na casa dela.
A Leila Maria, minha grande amiga virtual do curso que mesmo sendo de outro polo, de outro Estado, a nossa interação foi maravilhosa.
A meu grande amigo Mateus, Diana, Elizabete, Mônica, Janeide, Gildo, Gislayne, Maria das Dores (Fya), Severina (Misa), Maria Auxiliadora, Francisca Iara, Juliana, entre outros colegas.
E Márcia Bicalho e Cristiane Marinho por serem as tutoras que fiz amizade e me ajudaram muito, dando-me auto estima para continuar lutando.
A Ana D’arc que sempre me ajudou, dando forças para que eu pudesse prosseguir rumo à graduação e a especialização.
E a todos que participaram comigo direta ou indiretamente, para conclusão dessa etapa meu muito obrigado.

RESUMO

A estratégia pedagógica leva o aluno a construir um conhecimento de diferente vernáculo, construído através da Internet de maneira consciente, participativa e reflexiva, de forma que a exploração dos fatos fônicos e semânticos ocorre com a finalidade de enfatizar os fenômenos presentes em todas as variantes, principalmente, nos dias de hoje, na Internet, com as distinções pertinentes ao que é denominado padrão e não padrão. Ademais, a linguagem da Internet da qual os alunos se valem não é considerada padrão, ao passo que a linguagem apreendida em sala de aula, embora não seja tão apreciada pelos alunos, faz com que estes aprendam o que é considerado correto. Este artigo apresentará um estudo sobre gêneros textuais e a forma como a escrita é usada na internet na rede social denominado de Orkut, considerando a sua linguagem própria como sendo um mecanismo de comunicação cada vez mais usual. Ostentando a visão dos linguísticos a modelo de Mikhail Bakhtin e Luis Antônio Marcuschi, será analisada como eles definem e classificam os gêneros textuais e, posteriormente a forma como esses gêneros textuais influenciam na escrita usada na internet na rede social Orkut, forma usual esta que foi batizada pelo nome de internetês que é uma escrita própria de um grupo de pessoas que se ‘conectam-se’ frequentemente entre elas. A linguagem usada na rede social Orkut para a comunicação entre seus usuários, através dos “scraps” revelou-se ter uma estrutura menos formalizada que a linguagem coloquial, porém, não afetando a compreensão da língua portuguesa.

Palavras-Chave:
Variação linguística. Linguagem virtual. Formas textuais. Internet. Rede social.

SUMÁRIO

Introdução........................................................................................................................06
Abordagem teórica           .........................................................................................................07
Gêneros textuais e o “scrap      ...........................................................................................09
Resolução de conflito entre linguagem virtual e padrão em sala de aula ...................... 10
Conclusão          .......................................................................................................................13
Referências           .....................................................................................................................14


1.     INTRODUÇÃO

Tem-se no presente trabalho a formalização e a contextualização da problemática que envolve os gêneros textuais e os desvios normativos da língua portuguesa na internet na hora de trabalhar as variantes linguísticas, posto que os alunos guardam em si aspectos peculiares de sua criação, seus aspectos culturais, sociais e econômicos, tendo que o professor deve ter muito cuidado na hora de trabalhar com tal matéria, posto que os alunos podem levar a linguagem usada em “scraps”, em mensageiros, blogs, entre outros gêneros textuais para a sala de aula.
A evolução tecnológica já faz parte da humanidade e, consequentemente, a linguagem também evolui. É notória essa evolução quando nos deparamos com uso os gêneros textuais na comunicação pela internet, na rede social Orkut. Vivenciamos esse momento, com o avanço dos TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação) que gera novos gêneros textuais, como também adaptam ou evoluem outros.
Este trabalho tem como objetivos mostrar um novo olhar para o campo educacional, precisamente para a linguagem virtual levando em consideração os novos gêneros textuais justificada nas abordagens teóricas seguintes. Indicando mecanismo que possibilita a inserção dos novos gêneros em sala de aula. Contudo, se faz necessário o professor observar com cuidado a maneira de corrigir o português, como também ter cuidado para não ferir os preceitos da linguagem normativa.
A justificativa se dá pela própria exposição de problemas advindos do modo que o professor vem trabalhando seus alunos sem acompanhar o egresso do sistema de ensino diante da nova tecnologia. O método tradicional já perdeu seu posto a partir do momento que os educandos adquiriram habilidades tecnológicas, expondo-se a erros e acertos. Cabendo ao professor intermediar a linguagem peculiar da internet com a linguagem normativa.
É comum hoje em dia vermos que a linguagem eletrônica usada na internet se comporta com uma diferente modalidade da escrita tradicional fugindo da forma normativa da língua portuguesa. Como afirma Miglio:

Nesse sentido, a Internet também criou sua variante da língua. Hoje, milhões de pessoas no Brasil utilizam a Internet. Todos os dias, milhares de novos brasileiros se conectam a essa enorme rede. Cada vez, mais e mais pessoas estão acessando as chamadas salas de bate-papo. Com isso, mais pessoas vão aprendendo o “internetês”, o linguajar do internauta. (Miglio, 2001, p. 3)

O objeto de estudo presente neste artigo se dignou a trazer as variantes linguísticas ensinadas em sala de aula como também a forma como é escrita na rede social Orkut, nos gêneros textuais pertinentes à internet, posto que essa escrita advinda da internet (com linguagem peculiar) venha a influenciar na escrita na escola, tendo que a proposta teórica foi a explicação de que as variantes podem, com certeza serem ensinadas, sem que para isso haja a hostilização de nenhum aluno, e é exatamente neste ponto que se fundamenta o presente estudo.


2.     ABORDAGENS TEÓRICAS


Segundo Luís Antônio Marcuschi[1] (2000), os novos gêneros textuais (os gêneros textuais da internet) nada mais é que os antigos gêneros textuais adaptados para a era da informática. Para ele o scrap[2] é um gênero textual derivado do bilhete, o que diferencia é o meio como é encaminhada a mensagem. Marcuschi ainda acrescenta: “deve-se ressaltar a ideia de heterogeneidade tipológica nos gêneros textuais” (Marcuschi 2002, p.27). Para Marcuschi os gêneros textuais são definidos de acordo com a indispensabilidade e objetivos dos falantes e da natureza do tópico tratado e que se adaptam em uma adequação tipológica e segue alguns aspectos relevantes como o tipo de situação em que o gênero está situado; a natureza da informação ou do conteúdo vinculado; nível de linguagem, etc.
Koch (2002), afirma que o gênero textual se enquadra em uma situação social, sendo que cada situação tem característica temáticas, composicionais e estilísticas próprias para a formação de um gênero. Nesse contexto as diferentes manifestações de linguagem em movimento também são utilizadas no “scrap” como gênero da internet.
Para Bakhtin (1994) o gênero textual é um tipo relativamente estável de enunciado.  Sendo que este tipo de enunciado repercute nas condições particularizadas e as finalidades das esferas da atividade humana que estão elencadas com o uso da língua. Sendo essas esferas de atividades quase infinitas e nos remete a um ou mais gêneros textuais. O que podemos perceber que os gêneros textuais atualmente estão interligados ao suporte da internet desencadeando uma nova modalidade de aprendizagens e saberes que muitas das vezes inquieta professores despreparados para atuar nessa nova tendência.
Deparamo-nos com os gêneros textuais em sala de aula, é notório que os textos publicitários, os texto jornalísticos, o “scrap”, o “blog[3]”, entre outros, são necessários para fazerem-se possuidores de uma maneira instrumental conceitual que permite a criatividade dos alunos, levando os mesmos a gostarem de trabalhar com os elementos linguísticos usados em sala de aula e também na sociedade.
Esses gêneros textuais usados são fundamentais para o discurso político, pedagógico, midiático, poético e na prosa literária, sendo objeto de pesquisa para que os alunos possam ser criativos na sua produção textual.
Crystal (2001) comenta que a modalidade língua escrita sempre esteve no topo das discussões dos linguístas, gramáticos e especialistas da língua portuguesa. Com o crescente uso do computador e da internet demandam pesquisas de cunho social e, dessa perspectiva, o papel da linguagem torna-se central, de acordo com o prefácio de Crystal (2001) de sua obra Language and the Internet.
Trabalhos de diferentes perspectivas e de diferentes correntes teóricas são na maioria associadas à prática didática que levam os leitores a uma profundidade teórica, engajando uma política da língua cuja meta é a formação de cidadãos aptos a diversas modalidades linguísticas. Os trabalhos a respeito do cotidiano da linguagem e da realidade social em seus diferentes usos, criações e estilos ressaltam a Língua Portuguesa nos diferentes níveis e séries de aprendizado.
A variação linguística é um fenômeno comum às línguas e mostra que pode se apresentar de diversas maneiras, sendo importante lembrar que estas variações representam variações socioculturais e conforme Chevallard (1988), o professor também é responsável por uma das etapas de transposição didática. A forma como este se relaciona com o conhecimento repercute diretamente na forma como ele irá realizar o ensino.
Assim, o conhecimento docente sobre aspectos relevantes do ensino de língua materna e o aspecto da variação linguística está estritamente ligado ao que o professor toma como conhecimento das novas discussões, no caso a respeito da linguagem virtual, posto que o saber cientificamente constituído é importantíssimo nesse processo de desenvolvimento dos alunos.
Os conhecimentos didáticos se encontram nos livros didáticos e nas propostas curriculares, tendo que a seleção da linguagem virtual pode ser feita em conjunto pelo professor e pelos alunos, trazendo à sala de aula, por exemplo, um computador ligado ao MSN[4], programa de conversa virtual, e os alunos detectarão as palavras que se constituem em variantes. (SIMÕES, 2004)
“Sites” da Internet conhecidos por “redes sociais”, como por exemplo, o Orkut, tendem a usar dessas variantes, e isso também se constitui em um material riquíssimo em termos de variantes para se trabalhar com os alunos. (AZEREDO, 2005)


3.     GÊNEROS TEXTUAIS E O “SCRAP”

A internet tem várias funcionalidades, porém, o mais usual é a comunicação. Sendo o scrap a ferramenta que se tornou a mais utilizável, visto que é uma versão moderna e eletrônica do tão conhecido bilhete. O scrap passa a ter a mesma funcionalidade do seu antecessor: comunicação breve e prática. No Brasil a rede social Orkut, mesmo tendo uma queda em relação ao ano de 2010, manteve-se em primeiro lugar no ranking com 40,5% de “Market Share[5]” de visitas em setembro de 2011 (olhar digital, 2011), é a que mais vem crescendo em usuários e a sua ferramenta de scrap a mais utilizada, seguido dos álbuns de fotografias e os jogos, etc.
A forma abreviada ou contraída da escrita usada na comunicação pela internet que conhecemos hoje é consequência do antigo telegrama que para encurtar as frases para pagar menos pela postagem o usuário abreviava as palavras e consequentemente rendia uma frase contraída, ou seja, curta.
O mundo virtual ou eletrônico abre novos horizontes ao mundo dos gêneros textuais. Além dos mais conhecidos gêneros como a carta, o bilhete, etc., após a criação da internet apareceu os gêneros textuais como o EMAIL, o scrap, o MSN, e os blogs, podendo ser assíncronos ou síncronos. (Marcuschi, 2000).
Chartier (1994, p.101) dá sua contribuição sobre textos eletrônicos falando que:


 “... a representação eletrônica dos textos modifica totalmente a sua condição, ela substitui a materialidade do livro pela imaterialidade de textos sem lugar específico; às relações de contiguidade estabelecidas no objeto impresso ela opõe a livre composição de fragmentos indefinidamente manipuláveis; à captura imediata da totalidade da obra, tornada visível pelo objeto que a contém, ela faz suceder a navegação de longo curso entre arquipélagos textuais sem margens nem limites".


A interação verbal, segundo Bakhtin, é um lugar de produção de linguagem, posto que o dialogismo é a forma dessa produção. Ele relata:


A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais ou escritos), concretos e únicos, que emanam dos integrantes de uma e de outra esfera da atividade humana. O enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada uma dessas esferas, não só por seu conteúdo (temático) e por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos recursos da língua – recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais -, mas também, e, sobretudo, por sua construção composicional. Estes três elementos (conteúdos temático, estilo e construção composicional) fundem-se indissoluvelmente no todo do enunciado, e todos eles são marcados pela especificidade de uma esfera da comunicação. Qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso. (BAKHTIN, 1997a, p. 279).


4.     RESOLUÇÃO DE CONFLITO ENTRE LINGUAGEM VIRTUAL E LINGUAGUEM PADRÃO EM SALA DE AULA

É notória a dificuldade encontrada pelo aluno em transformar a língua falada em escrita, posto que os grupos de alunos que alcançam o nível médiosem mudar o seu padrão linguístico é enorme.
Com isso, passam do ensino fundamental para o médio sem nem saber ler e escrever de maneira culta, sabendo o básico para se comunicar, tendo que nesse cenário a linguagem virtual vem, muitas das vezes, para problematizar tudo isso, posto que os alunos usam dessa linguagem para se comunicar, tendo que esse básico não é padrão, e, portanto, não aceito num posterior vestibular do qual o aluno terá de enfrentar em sua vida estudantil.(CASTILHO, 2002)
Esse patamar do aluno não é recomendável em relação à flexibilidade da língua, pois que cada situação comunicativa requer uma gama de variações estruturais, lexicais com implicações semânticas e estilísticas, e esse aluno, se não treinar através da redação, ou de qualquer outro gênero textual, não poderá melhorar de forma alguma.
O aluno com dificuldade nos recursos linguísticos deve treinar e se permitir a experiência de ratificar o escrito, não vendo na escrita um obstáculo, mas sim um meio através do qual irá melhorar cada vez mais.
Ocorre que este está familiarizado com a linguagem virtual, e pode considerar a linguagem padrão como rebuscada demais para ele.
A ausência de produção de textos trabalhados em sala de aula leva o aluno a se limitar à linguagem virtual, pois que sem exercícios estruturais, sem a aplicabilidade nos textos redacionais, o resultado do desempenho desse aluno na modalidade escrita será prejudicado.
A proposta do presente estudo é demonstrar a eficiência do ensino da língua materna usando gêneros textuais para tê-la de frequente circulação social, no qual as variações linguísticas se manifestam de forma a contribuir para o aperfeiçoamento do desempenho linguístico do aluno. (CASTILHO, 2002)
Assim, o professor deve trazer para a sala de aula um texto que possa se aproximar dos alunos, o qual pode abordar a linguagem virtual, trabalhando de forma que os alunos possam perceber que essa não é uma linguagem errônea, mas apenas constitui-se uma variante linguística. (SIMÕES, 2004)
Essa falta de trabalho com as variantes causa um desvio significativo na vida dos alunos, tendo que os mesmos acabam se desinteressando pelo padrão culto da língua, e acabam por eleger a variante como sua própria linguagem.
É de suma importância estimular no aluno na construção do conhecimento de maneira consciente e participativa, onde os questionamentos sobre a língua e as variedades linguísticas dão um toque de respeito em relação à língua escrita do aluno que tem a dificuldade em transpor para o papel as suas análises escritas.
Os professores podem desempenhar um papel de propagação do uso específico de uma determinada variação linguística que está na língua viva, fazendo com que o aluno consiga enriquecer seu vocabulário e seu sentido crítico em relação aos desvios da norma culta, uma vez que produzindo textos, ele consegue enxergar o que é certo, o que é errado, o que é norma padrão, o que é variação, etc.
É necessário explicitarmos o que entendemos por norma, variação e registro, uma vez que o ensino tende a se encontrar fundamentado na tradição normativo-prescritiva da língua, tendo que para conceituar-se norma faz se necessário discutir os conceitos de sistema e de fala e escrita. (SIMÕES, 2004)
Dessa forma, um falante culto pode expressar-se de modo não culto, a depender do contexto ou do interlocutor, tendo que, para isso, cada registro seria uma variação a depender do processo de normatização que o caracteriza em formal ou livre, ou seja, o formal e o informal.
E é exatamente isso que se deve passar para o aluno, para que este use cada linguagem no seu momento adequado, sem com isso causar desvios na linguagem culta.

5.     CONCLUSÃO

O presente estudo foi desenvolvido mediante pesquisas referenciais no intuito de apresentar considerações em estudos por correntes teóricas buscando soluções para os possíveis conflitos em sala de aula referente a linguagem virtual e a linguagem padrão.
A principal preocupação que despertou a construção desse artigo foi a falta de subsídios os profissionais da Área da Linguagem possuem para promover estratégia que equilibre a linguagem virtual em consonância com a língua padrão. Quando, porém, o educando chega à escola, se depara com muitas pessoas que falam de forma diferente dela, e acabam por encontrar na linguagem virtual uma semelhança para com os demais, que também são usuárias deste tipo de canal de comunicação, pois, é sabido que o professor de língua portuguesa possui um direcionamento para a temática que se deseja trabalhar, criando mecanismo que fortalece o uso das teorias, muitas vezes obsoletas que favorece a transmissão da língua padrão, sem que com isso fale que o aluno tal seja errado na sua forma de falar.
A linguagem também revela outros elementos como os níveis sociais, econômicos e culturais dos alunos, a faixa etária, seu conhecimento na Internet, dentre outros.
A língua não serve como termômetro para aceitação social, como um crivo pelo qual as variantes devem passar, mas sim a língua deve fornecer subsídios aos seus alunos para que possam dominar tal instrumento, percebendo as diferenças, sem que com isso possam ser afastados.
As variantes devem ser vistas como uma forma geral, tendo que, para os falantes da linguagem virtual seja dito que sua fala não é errada, mas simplesmente inadequada para o espaço escolar.
Em suma, as questões levantadas neste estudo trazem o ensino da língua padrão como insubstituível e primordial, mas sem deixar de lado a exposição das variantes linguísticas, que devem ser expostas de maneira geral e livre de preconceitos linguísticos.

6.     REFERÊNCIAS

1.      AZEREDO, José Carlos de. A quem cabe ensinar a leitura e a escrita? In PAULIUKONIS, Maria Aparecida Lino &GAVAZZI, Sigrid (orgs.) Da língua ao discurso: reflexões para o ensino. Rio de Janeiro: Lucerna. 2005.
2.      BAKHTIN, Mikhail M. Estética da criação verbal. Martins Fontes: São Paulo, 1994.
3.      BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 279.
1.      CASTILHO, Ataliba T. de. A língua falada no ensino de português. 4ª ed. S. Paulo: Contexto, 2002.
2.      CHARTIER, R. Do códex à tela: as trajetórias do escrito. In: CHARTIER, R. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. Brasília, DF : UnB, 1994. p. 101.
3.      CHEVALLARD, Y. La transposición didáctica: del saber sabio al saber enseñado. Buenos Aires: Aique, 1988.
4.      CRYSTAL, David. Language and the internet. Cambridge: Cambridge Press, 2001.
5.      KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
6.      MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, Angela Paiva, MACHADO, Anna Rachel, BEZERRA, Maria Auxiliadora (org.). Gêneros textuais e ensino.  Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2002
7.      MARCUSCHI, Luiz Antônio 2000 Gêneros Textuais : o que são e como se classificam. Recife, UFPE (mímeo).
8.      MIGLIO, Mônica. Conversando em internetês. Internet.br, Rio de Janeiro, p. 32-35, nov.2001.
9.      SIMÕES, Darcilia. Língua portuguesa e cidadania: uma perspectiva multidialetal para o ensino. In HENRIQUES, Cláudio Cezar & SIMÕES, (orgs.). Língua e cidadania: novas perspectivas para o ensino. Rio de Janeiro: Ed. Europa, 2004.

Sites Consultados:

10.  Em queda, Orkut se mantém como a rede social mais visitada pelos brasileiros. http://olhardigital.uol.com.br/jovem/redes_sociais/noticias/em_queda_orkut_se_mantem_como_a_rede_social_mais_visitada_pelos_brasileiros Acessado no dia 26 de novembro de 2011, às 21h:30m


[1] Linguístico e professor pesquisador da Universidade Federal do Pernambuco. Possui graduação em Philosophisches Seminar Departamento de Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1968), doutorado em Letras pela Universitat Erlangen-Nurnberg (Friedrich-Alexander) (1976) e pós-doutorado pela Universitat Freiburg (Albert- Ludwigs) (1988).
[2]Pequeno recado, com limite de 1024 caracteres, no site de relacionamentos Orkut.
[3]Blog é uma abreviação de weblog. É usado por muitas pessoas como um diário pessoal virtual.
[4] MSN é a sigla para Microsoft Service Network. É um software de mensagens instantâneas.
[5] Market Share é o termo que designa a participação de uma empresa em algum ramo de atuação.

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